
Na tarde desta quinta-feira, Grêmio e Barcelona, após uma novela com um desfecho já esperado, selaram a venda do jovem e talentoso Arthur, volante de 21 anos. Os catalães pagarão 30 milhões de euros agora e, caso o jogador atinja metas pelo clube blaugrana, o Imortal receberá mais 10 milhões. Outro detalhe firmado na negociação é que o Grêmio poderá contar com o futebol de sua jóia até o final do ano.
A contratação de Arthur, para além da questão técnica, é parte integrante do plano do Barcelona de rejuvenescer seu elenco. Esta intenção é percebida nas contratações de Dembelé, Yerri Mina e Philippe Coutinho, por exemplo. Outro fator que pode reforçar essa necessidade é o fato de La Masia, as categorias de base do Barça, não estar mais produzindo grandes talentos. Na realidade, trata-se de um processo normal, mas outra verdade é que a torcida culé se acostumou com as incríveis safras de pratas da casa. Falar de Barcelona é falar da geração de Puyol, Xavi, Iniesta, Messi e companhia.
Falando especificamente de Arthur, é indubitável que o volante cai como uma luva no estilo preconizado pelos espanhóis. Excelente visão de passe, qualidade na saída, dinamismo e muita categoria. Estes são alguns predicados do futebol do goiano de 21 anos.
A princípio, a venda pode ser considerada benéfica para as duas partes. O Grêmio, detentor de 60% dos direitos do atletas, receberá, em relação aos 30 milhões de euros, 72 milhões de reais. Trata-se de uma expressiva quantia, ainda mais se for considerado a saúde financeira dos clubes brasileiros. Por outro lado, o Barça adquire um jogador espetacular, que pode render grandes frutos.
Quem mais perde com isso é o futebol brasileiro. Arthur estreou como profissional, vestindo a camisa do Grêmio, no dia 4 de fevereiro de 2015, há pouco mais de três anos. Porém, se firmou como titular apenas em 2017, em um processo extremamente compreensível e natural. Então, é coerente dizer que o volante esteve na vitrine apenas um ano. E jogará em solo tupiniquim por mais um ano.
Assim, concretiza-se uma tendência: os melhores mal se firmam e já dão adeus. E, assim, restam no Brasil, com o perdão da expressão, cabeças de bagre, protagonistas de partidas cada vez piores. Por isso, é extremamente díspar o nível entre o futebol jogado na América do Sul e no Velho Continente.
É inegável que uma proposta de 30 milhões de euros é irrecusável.
De mãos atadas, os clubes apenas chancelam a ida de suas joias.
E cruzam os dedos para que um novo raio nas categorias de base. Pelo bem dos cofres.
Mas e o nível do futebol?
Isto é o de menos, cara pálida.